Terapia de Casal: onde o sujeito da análise é o relacionamento
- Lindalva M Pereira
- 6 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 1 dia

Relacionamentos são como grandes labirintos emocionais: às vezes, parecem um caminho cheio de flores, outras, uma trilha confusa, onde surgem alguns espinhos.
Quem nunca pensou em desistir no meio do caminho? Mas, ao mesmo tempo, quem nunca se pegou lembrando que os melhores momentos da vida aquela pessoa estava ao seu lado?
Na terapia de casal, não tratamos necessariamente as pessoas individualmente – tratamos a relação. Afinal, um relacionamento tem vida própria, é um terceiro elemento que precisa ser nutrido, ajustado e compreendido. O foco não é apontar culpados, mas entender como cada um contribui para a saúde (ou para o desequilíbrio) dessa dinâmica.
E onde os casais mais tropeçam? Os desafios são muitos, mas alguns são quase universais:
Falta de comunicação – O silêncio pode ser ensurdecedor, e os desencontros começam quando um deixa de falar e o outro deixa de ouvir. Pequenos mal-entendidos acumulados se transformam em muros emocionais.
Negligência afetiva – Não é só sobre dizer "eu te amo", mas sobre demonstrar. Relações adoecem quando o carinho e a atenção se tornam raros ou automáticos.
Divergências financeiras – O dinheiro, muitas vezes, deixa de ser apenas um recurso e vira um campo de batalha. Há quem gaste demais, quem economize em excesso e, no meio disso, o casal se perde em cobranças e ressentimentos.
Criação dos filhos – Amor pelos filhos é o que une, mas também pode ser o que distancia. Diferenças na educação, divisão de responsabilidades e expectativas podem gerar atritos constantes.
Por isso, o processo terapêutico começa de forma estratégica: primeiro, converso individualmente com cada um, entendendo percepções, dores e expectativas sem interferências externas. Somente no terceiro encontro nos reunimos os três, para que, com mais clareza, possamos olhar para o relacionamento com menos ruídos e mais compreensão.
Se você sente que seu relacionamento está se perdendo, respire. Não significa que já está perdido. A terapia não é sobre reatar a qualquer custo, mas sobre resgatar a verdade do que existe entre vocês. Às vezes, isso significa reconstruir, fortalecer laços e criar novas formas de amar. Outras vezes, significa aprender a seguir caminhos diferentes com respeito e maturidade.
O mais importante? Você não precisa enfrentar isso sozinho. Há caminhos, há possibilidades e, se houver disposição para olhar para a relação com honestidade e abertura, há muito o que ser feito.
Lindalva M Pereira
Psicanalista Clínica/ SJCampos - SP
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